A gente não nasce mulher, torna-se mulher.
Simone de Beauvoir
Tradicionalmente, o trabalho na cozinha de lares e famílias é incumbência das mulheres. Pintores, dos menos aos mais famosos, retrataram as mulheres nesses afazeres: Murilo e Rembrandt, entre tantos mestres flamengos, holandeses e alemães. Metzu retratou a cozinheira descascando batatas, Dow, cortando cebolas e Snyders, preparando a galinha.
Na verdade, o lugar tradicionalmente reservado à mulher - e o único a que ela teve direito nesses últimos cinco ou seis mil anos de história da humanidade - era o espaço doméstico. Era-lhe imposta a cozinha doméstica e proibida a da esfera pública, de uma taverna ou de um restaurante, do mesmo modo que lhe eram proibidas a sala de cirurgia, os tribunais e a cadeira de presidente. Não somente lhes eram fechadas as portas das cozinhas de restaurantes como muitos chefs de renome gastaram tempo e papel para barrar o acesso delas à alta gastronomia, sob o discutível argumento de que elas jamais chegariam a grandes chefs, pois lhe faltavam paladar, sensibilidade, outros atributos biológicos etc.
Esse panorama começou a se alterar a partir da revolução feminista, da qual um dos expoentes foi a francesa Simone De Beauvoir (1908 - 1986) e seu O segundo sexo (1949). Nele, a autora revela que a hierarquia entre os sexos não é uma fatalidade biológica e sim uma construção social, isto é, a falta de igualdade de direitos tem raízes culturais e não biológicas. Segundo Beauvoir, as mulheres tornam-se "mulheres" pela educação - desde o berço - que reprimia nelas a ambição de se sobressair em um campo do saber ou atividade pública, além da proibição de se aprofundarem nos estudos, de fazer uma carreira etc.
Atualmente brilham no cenário internacional as chefs duplamente estreladas pelo Guia Michelin Hélène Darroze e Anne Sophie Pic, que ja recebeu sua terceira estrela, assim como recebeu a Mère Crazier, que formou Paul Bocuse e foi a primeira pessoa a receber as primeiras três estrelas do Guia Michelin em 1933. Nos Estados Unidos, a chef Anne Rosenzweig destaca-se à frente de seus dois restaurantes triplamente estrelados pelo New York Times: o elegante Arcádia e o Lobster Club em Nova York. E Leslie Revsin (1944-2004) que se tornou a primeira mulher chef na cozinha do famoso Waldorf-Astoria Hotel em Nova York.
Na foto, uma dica de filme, o filme "Sem reserva"! Até mais =D
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